
Justiça dos EUA nega liberdade condicional a Erik Menéndez, décadas após assassinato dos seus pais

Uma comissão judicial da Califórnia negou nesta quinta-feira a liberdade condicional a Erik Menéndez, conhecido nos Estados Unidos por ter matado com o irmão Lyle seus pais em uma mansão de Beverly Hills, há mais de 35 anos.
Ao detido, 54, "foi negada a liberdade condicional por três anos", em audiência perante a comissão, segundo comunicado. O pedido de Lyle Menéndez será analisado separadamente amanhã.
Os dois irmãos foram condenados à prisão perpétua sem direito a liberdade condicional, por um parricídio que chocou os Estados Unidos na década de 1990. Seu julgamento foi um dos primeiros transmitidos pela TV, e sua história voltou a ganhar destaque graças a uma série e a um documentário da Netflix, no ano passado.
A liberdade condicional dos irmãos, que alegaram abusos sexuais cometidos por seu pai como justificativa para o assassinato, foi solicitada por sua família e apoiada por celebridades como Kim Kardashian.
Após mais de três décadas presos e condenados à prisão perpétua sem possibilidade de redução de pena, eles conquistaram uma vitória judicial em maio, quando a Justiça americana aliviou os termos de sua sentença, o que lhes daria direito à liberdade condicional.
- 'Responsabilidade' -
"Durante mais de 35 anos, eles mostraram uma evolução constante. Assumiram toda a responsabilidade por seus atos", diz um comunicado do Justice for Erik and Lyle Coalition, grupo de apoio que inclui familiares.
O assassinato do poderoso empresário musical de origem cubana José Menéndez e de sua mulher, Kitty Menéndez, abalou os Estados Unidos em 1989. Os irmãos, então com 21 e 18 anos, atiraram a sangue frio contra seus pais enquanto estes assistiam à TV.
Inicialmente, tentaram forjar um álibi e atribuíram o homicídio à máfia. Mas, após confissão de Erik ao seu terapeuta, as autoridades não demoraram para detê-los.
No julgamento midiático, a defesa afirmou que o crime foi consequência de anos de abuso psicológico e sexual por parte de seu pai violento e sua mãe negligente. Mas a promotoria acusou ambos de planejar o duplo homicídio para ficar com a herança multimilionária.
Um primeiro júri não chegou a um veredicto unânime, mas o segundo julgamento terminou com a condenação à prisão perpétua.
F.Gallego--HdM