Filho de Rob Reiner é preso por suspeita de matar pai e mãe
O filho do renomado cineasta de Hollywood Rob Reiner foi preso e processado, nesta segunda-feira (15), por suspeita de ter assassinado seu pai, que dirigiu sucessos como "Harry e Sally - Feitos um para o Outro", e sua mãe em sua casa, em Los Angeles.
Nick Reiner, de 32 anos, foi preso horas depois de os corpos do diretor, de 78 anos, e sua esposa, Michele Singer Reiner, terem sido encontrados no domingo na mansão do casal em um bairro nobre de Los Angeles.
A polícia trabalhou "durante toda a noite neste caso e conseguiu deter Nick Reiner, suspeito neste caso", disse à imprensa o chefe da polícia de Los Angeles, Jim McDonnell.
"Posteriormente, foi processado por homicídio e lhe foi imposta uma fiança de 4 milhões e dólares" (R$ 21,5 milhões), acrescentou.
Nick Reiner tinha discutido com os pais em uma festa na noite de sábado, reportou o jornal Los Angeles Times, acrescentando que o jovem teve problemas de dependência química no passado.
Fontes da polícia contaram a veículos de comunicação americanos que o casal tinha sido esfaqueado, enquanto o portal sobre o mundo do entretenimento TMZ noticiou que os dois foram degolados.
Reiner dirigiu clássicos como a sátira do rock "This is Spinal Tap" (1984), a aventura épica "A Princesa Prometida" (1987), e o drama judicial "Questão de honra" (1992).
Seus filmes abrangeram um amplo espectro de gêneros e lhe renderam reconhecimento internacional.
- 'Louca obsessão' -
O cineasta também era ativo politicamente, apoiava abertamente causas associadas à esquerda, e alertava que o presidente Donald Trump avançava para o autoritarismo.
Em meio às mensagens de pêsames pela tragédia, o presidente americano, Donald Trump, disse, nesta segunda, que as mortes de Reiner e sua esposa foram resultado da "louca obsessão" do cineasta contra ele.
O presidente disse que os Reiner "supostamente" morreram por causa do que ele e seus seguidores chamam de "Síndrome de Obsessão por Trump", uma terminologia usada para designar o que consideram uma hostilidade irracional contra o republicano, comparável, segundo eles, a uma doença mental.
Seus comentários foram repudiados por vários nomes do mundo político, inclusive nas fileiras republicanas.
"Esta é uma tragédia familiar, não se trata de política ou de inimigos políticos", afirmou no X a congressista republicana Marjorie Taylor Greene, ex-aliada de Trump que se tornou crítica do presidente.
Outro congressista republicano, Thomas Massie, também crítico a Trump, qualificou as declarações do presidente de "inapropriadas e desrespeitosas".
Os democratas também reagiram com indignação. David Axelrod, ex-estrategista principal do presidente Barack Obama, tachou de "perversa" o comentário de Trump.
- Duelo em Hollywood -
Políticos democratas e personalidades de Hollywood expressaram pesar pela tragédia.
"Por trás de todas as histórias que [Reiner] produziu, havia uma crença profunda na bondade das pessoas", escreveu o ex-presidente Barack Obama no X, ao expressar sua consternação e à de sua esposa, Michelle.
O ex-presidente Joe Biden, assim como a ex-vice-presidente Kamala Harris, amiga do casal, também enviaram condolências pela morte do casal.
O ator John Cusack disse não ter palavras para comentar o ocorrido, enquanto Stephen King, o mestre do horror, cujo romance, "O Corpo" foi o ponto de partida para o filme "Conta Comigo" (1986), de Reiner, o chamou de "amigo maravilhoso".
Filho do lendário comediante Carl Reiner, Rob Reiner saltou para a fama como ator na série de TV dos anos 1970 "All in the Family", e depois se tornou cineasta.
Ele dirigiu a aclamada comédia romântica "Harry e Sally - Feitos um para o outro" (1989), protagonizado por Billy Crystal e Meg Ryan. No filme, a própria mãe do diretor, Estelle Reiner, diz a célebre frase, "Quero o mesmo que ela", depois da cena icônica do orgasmo fingido pela personagem de Ryan no restaurante nova-iorquino Katz's.
Em 1993, "Questão de Honra", protagonizado por Tom Cruise, Jack Nicholson e Demi Moore, foi indicado ao Oscar.
No total, Reiner dirigiu 23 longas-metragens. Mesmo como diretor, ele costumava fazer pontas em seus próprios filmes. Recentemente, ele havia aparecido em quatro episódios da série "O Urso", protagonizada por Jeremy Allen White.
Como ativista de longa data, Reiner apoiou causas como o casamento entre pessoas do mesmo sexo e os direitos da comunidade LGBT+, e criou um programa de desenvolvimento infantil na Califórnia financiado com um imposto adicional à venda de cigarros.
Ele também ajudou a arrecadar fundos para candidatos democratas à presidência, incluindo Hillary Clinton.
N.Calero--HdM