
Energia elétrica volta em 11 das 15 províncias de Cuba após apagão

Ao menos 11 das 15 províncias de Cuba retomaram o serviço elétrico nesta quinta-feira (11), depois de um corte generalizado de quase 24 horas, que paralisou as atividades da maioria dos cubanos, no quinto apagão total em menos de um ano na ilha.
"SEN (Sistema Elétrico Nacional) conectado, ficando por restabelecer" o serviço nas províncias de Pinar del Río, no oeste do país, e Granma, Santiago de Cuba e Guantánamo, no leste, informou a empresa em sua conta no X.
Em Havana, onde 79% da população tinha retomado o serviço, o tráfego e as atividades praticamente voltaram à normalidade.
Na quarta-feira, o apagão generalizado surpreendeu os cubanos às 09h15 locais (10h15 de Brasília), quando muitos tinham saído para trabalhar, levar as crianças para a escola ou fazer compras.
- "Sentados o dia todo" -
María Beltrán, uma trabalhadora social de 58 anos que mora em um bairro populoso do oeste de Havana, disse à AFP, nesta quinta-feira, que o serviço foi restabelecido em sua casa durante a madrugada.
"Nós nos demos conta porque deixamos todas as luzes acesas para saber. Não é fácil. Ontem ficamos em casa, sem poder sair na rua, sentados em uma poltrona o dia todo", disse, enquanto retomava a limpeza de sua casa.
Estes cortes generalizados paralisam a atividade econômica da ilha e complicam a vida cotidiana dos moradores.
O Ministério da Energia informou que um alarme falso de superaquecimento na caldeira da central termelétrica Antonio Guiteras, situada no centro da ilha, fez a usina, a mais importante do país, parar de funcionar e desencadear a queda do sistema nacional.
- Dia decisivo -
Nesta quinta-feira, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, informou em sua conta no X que "a maioria das províncias já está conectada", mas também advertiu que este "dia será decisivo".
Este foi o quinto corte generalizado de eletricidade desde outubro de 2024.
Há mais de um ano, Cuba enfrenta uma severa crise energética pelo mau estado de sua infraestrutura elétrica.
O serviço depende de oito termelétricas obsoletas e grupos de geradores espalhados pela ilha, que precisam do escasso combustível disponível no país para funcionar, além de uma rede também desgastada.
A instalação de 30 parques fotovoltaicos, com ajuda da China, dos 52 previstos para este ano, não ajudaram a diminuir os apagões.
Nos últimos anos, Cuba sofreu uma acelerada deterioração econômica, com inflação alta, escassez de combustível, a dolarização parcial da economia e salários médios mensais que beiram os 54 dólares (R$ 292), segundo a cotação oficial, mas que chegam apenas a 16 dólares (R$ 86,5) no mercado paralelo.
S.Llorente--HdM