
Rússia diz que fará o máximo para garantir a segurança nos eventos da vitória contra a Alemanha nazista

O Kremlin afirmou, nesta quarta-feira (7), que está tomando "todas as medidas necessárias" para garantir a segurança em Moscou durante as comemorações do 80º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista, que contará com a presença de quase 30 líderes estrangeiros, além de Vladimir Putin.
Nos últimos dois dias, vários ataques ucranianos com drones interromperam as operações dos aeroportos no oeste da Rússia, o que levantou preocupações sobre a boa condução das cerimônias.
Na madrugada desta quarta-feira, uma nova série de ataques cruzados entre Rússia e Ucrânia deixou dois mortos em Kiev, uma dúzia de feridos no lado ucraniano e o fechamento temporário de aeroportos em Moscou.
O porta-voz do Kremlin garantiu que "todas as medidas necessárias" estão sendo tomadas para garantir a segurança, incluindo a limitação do acesso à internet na capital russa para evitar "o perigo" procedente da Ucrânia.
O destaque das comemorações é o desfile militar, programado para sexta-feira na Praça Vermelha, que contará com a presença do presidente Lula e de seu homólogo chinês, Xi Jinping, entre outros.
Lula e Xi chegaram a Moscou na tarde desta quarta-feira.
Outros líderes que também comparecerão ao desfile incluem o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que se reuniu com seu homólogo russo no Kremlin para assinar um "tratado de parceria estratégica" entre Moscou e Caracas.
- Trégua incerta -
As celebrações de 9 de maio são fundamentais para o culto patriótico da vitória de 1945 promovido pelo Kremlin, que afirma que a ofensiva na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022 e deixou milhares de mortos em ambos os lados, é uma extensão da guerra contra Hitler.
Por ocasião das comemorações, Putin anunciou uma trégua de três dias em 28 de abril, de 8 a 10 de maio.
Esta proposta, que deverá entrar em vigor nesta quarta-feira às 21h00 GMT (18h00 no horário de Brasília), foi duramente criticada por Kiev, cujo país continua quase 20% ocupado pela Rússia.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que "não acredita" que Moscou respeitará a trégua.
- Voos cancelados -
A Ucrânia continuou seus ataques com drones na Rússia na madrugada desta quarta-feira, o que forçou o desvio de alguns voos com destino ao Aeroporto Internacional de Sheremetievo, em Moscou, informou a companhia aérea nacional russa Aeroflot.
Segundo a Associação de Operadores de Turismo Russos (Ator), pelo menos 350 voos foram cancelados ou atrasados em todo o país desde terça-feira, o que afetou "os planos de viagem de pelo menos 60 mil passageiros".
No dia anterior, as atividades de vários aeroportos russos tiveram que ser interrompidas devido aos ataques ucranianos.
O espaço aéreo da Ucrânia, cujo território é bombardeado diariamente por Moscou, está completamente fechado desde o início do ataque russo em 2022.
- Ataques na Ucrânia -
O Exército russo lançou cinco mísseis balísticos e 187 drones contra a Ucrânia, informou a Força Aérea ucraniana nesta quarta-feira. Pelo menos dois desses mísseis e 81 drones foram interceptados.
Em Kiev, uma mãe e seu filho morreram e outras sete pessoas ficaram feridas, incluindo quatro crianças.
Segundo Zelensky, os oblasts (regiões administrativas) de Zaporizhzhia, Donetsk, Zhytomyr, Kherson e Dnipro também foram alvos.
Após esses ataques, o presidente ucraniano pediu uma "pressão ainda maior e sanções mais severas" contra Moscou, ao considerar que essa é a única maneira de "abrir a via da diplomacia".
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, pediu "negociações diretas" entre Kiev e Moscou, a única maneira de acabar com o conflito, depois de quase três meses de negociações separadas, impulsionadas por Washington, que não produziram resultados.
B.Lara--HdM