Heraldo de Madrid - OMS nega que timerosal seja perigoso

Um painel de especialistas designado pelo secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert Kennedy Jr., manifestou ontem oposição ao uso desse componente, uma demanda histórica do movimento antivacina.

O timerosal é um conservante usado em vacinas contra a gripe. Composto de mercúrio, ele é muito pouco usado em injeções, e sua periculosidade não foi comprovada em doses baixas.

A diretora da OMS responsável pelas vacinas, Kate O'Brien, afirmou que o timerosal foi "examinado várias vezes, por várias agências, entre elas a OMS. Está claro que não há provas de que o seu uso represente um risco para a saúde", destacou em Genebra.

Kate explicou que o ingrediente é "importante em algumas vacinas que exigem frascos multidoses", pois "reduz o risco de contaminação do frasco após várias perfurações para retirar doses destinadas a imunizar várias crianças".

Kate ressaltou que é importante que "o público entenda que houve uma análise profunda das evidências sobre a segurança do timerosal. Continuamos precisando de vacinas, algumas das quais contêm esse componente".

Designado por Donald Trump, Kennedy Jr. divulgou nos últimos anos, especialmente por meio da organização Children's Health Defense, informações errôneas sobre vacinas, incluindo supostos vínculos entre o timerosal e o autismo.

Recentemente, ele destituiu os 17 membros desse painel consultivo, acusando-os de conflitos de interesse com a indústria farmacêutica, e anunciou a nomeação de oito novos membros, dentre eles várias pessoas controversas, como um bioquímico apreciado pelos antivacinas.

O novo painel recomendou a eliminação do timerosal das vacinas para crianças, gestantes e, caso necessário, para todos os adultos. Ele contém uma forma de mercúrio que é eliminada pelo corpo muito mais rapidamente do que o mercúrio presente na natureza.

G.Campos--HdM