Heraldo de Madrid - Presidente do Irã afirma que Israel tentou assassiná-lo

"Eles tentaram, sim. Agiram nesse sentido, mas falharam", respondeu Pezeshkian quando perguntado se ele acreditava que Israel tentou matá-lo.

"Eu estava em uma reunião (...) Eles tentaram bombardear a área onde ocorreu a reunião", acrescentou, sem especificar se isso aconteceu durante a breve guerra do mês passado, segundo uma tradução de suas respostas em idioma persa.

O conflito eclodiu quando Israel lançou bombardeios contra o Irã no dia 13 de junho, matando altos comandantes militares e vários cientistas ligados ao programa nuclear iraniano.

As hostilidades desbarataram uma rodada de diálogos entre os Estados Unidos e o Irã sobre seu programa nuclear, iniciada em abril.

Israel afirma ter lançado os bombardeios para impedir que o Irã desenvolvesse armas nucleares, apesar de Teerã afirmar que seu programa tem fins civis.

Ao menos 1.060 pessoas morreram durante o conflito no Irã, segundo a Fundação de Mártires e Veteranos do país.

Teerã respondeu com uma salva de mísseis e bombas disparados contra várias cidades israelenses, incluindo Tel Aviv e Haifa, que deixaram 28 mortos, segundo as autoridades israelenses.

Durante os 12 dias de conflito, os Estados Unidos lançaram bombardeios contra instalações nucleares iranianas em Fordo, Isfahan e Natanz.

Pezeshkian declarou, durante a entrevista, que não vê "nenhum problema" em retomar os diálogos com os Estados Unidos.

"Há uma condição (...) para retomar as negociações. Como vamos voltar a confiar nos Estados Unidos?", questionou.

O presidente iraniano também alertou que Washington tem dois caminhos diante de si para lidar com a República Islâmica e a região: a paz ou a guerra.

"O presidente Trump é suficientemente capaz de levar a região para a paz (...) ou se enfiar em um buraco sem fim, e essa é uma guerra para a qual [o primeiro-ministro israelense, Benjamin] Netanyahu quer que os Estados Unidos ou seu presidente sejam arrastados", afirmou.

I.Soto--HdM