Destróier dos EUA deixa Trinidad e Tobago após quatro dias em frente à costa da Venezuela
Um navio destróier dos Estados Unidos deixou um porto de Trinidad e Tobago nesta quinta-feira (30), a pouco mais de 10 quilômetros do litoral da Venezuela, em meio à mobilização militar ordenada por Washington para sua operação antidrogas no Caribe, constataram jornalistas da AFP.
Washington acusa o governo venezuelano de liderar um cartel de drogas e, desde agosto, lançou uma operação antidrogas no Caribe e no Pacífico, matando pelo menos 62 suspeitos de tráfico de drogas em 16 ataques contra embarcações, cuja legalidade tem sido questionada internacionalmente.
O governo de Trinidad e Tobago demonstrou abertamente seu apoio a essas operações, o que gerou tensão com a Venezuela. O confronto se intensificou neste domingo, quando Port of Spain recebeu o navio de guerra USS Gravely para exercícios militares no arquipélago, o que Caracas considera uma "provocação" com o intuito de incitar uma "guerra".
A Assembleia Nacional da Venezuela declarou a primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, persona non grata na terça-feira, enquanto Nicolás Maduro ordenou a suspensão dos acordos de fornecimento de gás com o arquipélago, em vigor desde 2015.
O governo de Trinidad ordenou uma "deportação em massa" de imigrantes em situação irregular, enquanto Persad-Bissessar, aliada de Donald Trump, zombou da decisão do Parlamento venezuelano e desafiou a Venezuela a fazer o mesmo com o presidente dos Estados Unidos.
"Por que Maduro e o resto do governo venezuelano não mencionam o presidente (Donald) Trump? Por que não o declaram persona non grata?", perguntou ela em uma mensagem de texto à AFP.
Washington alertou que realizaria ataques terrestres e autorizou operações da CIA na Venezuela. As autoridades venezuelanas dizem ter capturado criminosos ligados à agência de inteligência e afirmam ter desmantelado "operações de falsa bandeira" que buscavam justificar um ataque em território venezuelano.
W.Hidalgo--HdM